terça-feira, 20 de março de 2012

Última versão do Roteiro

Faltam somente 15 dias para o início da aventura.
Hoje solicitei a Carta Verde para as duas motos e já tenho um check list para a bagagem.

A última versão do plano é ficarmos em 15 cidades dos 4 países que passaremos nos 23 dias de viagem.
Duas cidades no Brasil, seis na Argentina, seis no Chile e uma no Uruguai.
Ficaremos um pouco mais de dois dias rodando no Brasil, 10 dias na Argentina, 10 dias no Chile e um dia rodando no Uruguai

Segue o mapa com as cidades...



terça-feira, 6 de março de 2012

Por que viajar de motocicleta

Autor desconhecido... Gostei do texto!



Muitas vezes sou questionado por amigos não motociclistas o porquê de viajar de moto, e não de carro?

Não é fácil explicar o porquê de se empreender viagens de motocicleta. Como explicar que as razões se encontram encravadas no meu íntimo? Como explicar o prazer, o desafio o sabor de conquista, as sensações que sentimos? Por mais que eu me esforce e tente explicar, não encontro as palavras e os motivos de me aventurar pelo mundo nesse maravilhoso veículo de duas rodas.

Viajar de moto não é barato, seguro nem confortável. Porque então?
Não estamos protegidos das intempéries, das pedras, dos pássaros, não temos som, não temos ar condicionado, nossa bagagem vai em bolsas, amassa tudo, molha, é difícil de encontrar os objetos, de carregar e amarrar diariamente a bagagem. Porque então viajar de moto?

De uns anos para cá, com mais idade e experiência deixei a batalha na busca dos horizontes no mar e me dediquei ao motociclismo, muito menos cansativo, mas com maior risco fisicamente. Em nossa vida, vamos vencendo os desafios e colecionando sucessos. No motociclismo me sinto assim a cada partida para uma nova aventura. Quando chego a minha casa e entro com a motocicleta na garagem, sinto-me como os aventureiros que atravessam oceanos ou escalam paredões rochosos.

...um vencedor, com apenas algumas desventuras, como sempre, facilmente contornáveis, me convenço de que moto é um sonho no qual você viaja.

Depois de um longo trajeto, escapando de buracos, acidentes, besouros, cabras e tantas coisas mais, como frio, mão dormente, dor na bunda, caminhões irresponsáveis, vento, chuva e chegamos finalmente a um hotel ou pousada, NUNCA será como a casa ou a cama da gente. Todos os dias em minhas prazerosas viagens senti saudades de minha casa.

Viajar de moto é paixão, é curiosidade incontrolável de ver ou rever estradas e paisagens, de sentir liberdade, a sensação de risco, se sentir no mesmo dia frio, calor, medo e saudade.

Quem ainda não entende esse espírito aventureiro, questiona os amigos motociclistas sobre o motivo de suas longas e difíceis viagens ou travessias. Para mim que conheço os desafios, o charme, e as dificuldades, viajar de moto é uma questão de apenas viver a vida sobre esse veículo transmissor de emoções.

Esses é o meu motivo:
Quando se viaja de carro, a gente vê a paisagem... Quando se viaja de moto a gente se torna a paisagem !

Viver é a coisa mais rara do mundo... A maioria das pessoas apenas existe !

Banner da Viagem

Obrigado ao Gadiel por tê-lo feito...

Altitude e seus problemas


Variação de altitude no Passo de Jama

O que é o Mal de Altitude
O mal da altitude nada mais é senão a dificuldade do organismo em absorver oxigênio para suprir as necessidades a que estamos impondo, o que acaba por causar uma série de efeitos, que podem até culminar com a morte do indivíduo.
'Tudo aconteceu quando eu descia a Canaleta (Cerro Aconcágua). Comecei a me sentir pior, não tinha mais chá no meu cantil, a dor de cabeça era insuportável, assim como o cansaço. Sabia que não deveria sentar e descansar, mas realmente não conseguia mais caminhar. Comecei a sonhar e a delirar. Não conseguia mais distinguir a realidade do sonho. Sei apenas que aquele médico japonês me carregou para baixo. Media minha pressão, falava o que eu não compreendia. Eu estava desacordado!'
Assim como o montanhista Édson Panek, que dessa forma relata os efeitos do mal da altitude, que quase lhe custou a vida no Aconcágua, muitos outros visitantes das montanhas sofrem com esse problema, ainda muito mal interpretado, o qual começa a surtir efeitos quando ultrapassa-se altitudes acima de 2.800 metros e é acentuado em altitudes maiores.
O mal da altitude nada mais é senão a dificuldade do organismo em absorver oxigênio para suprir as necessidades a que estamos impondo, o que acaba por causar uma série de efeitos, que podem até culminar com a morte do indivíduo.
Isso ocorre pelo fato de que a pressão do ar diminui conforme a maior variação de altitude, o que resulta em menor quantidade de oxigênio no ar. Repare que a composição do ar continua a mesma - 78,1% Nitrogênio, 20,9% Oxigênio e 1% outros gases - porém, como afirmamos, em menor quantidade. Com isso, temos que respirar mais para conseguir absorver a mesma quantidade de O2 de quando estamos ao nível do mar. Isso gera uma sensação de falta de ar, ou, como se não fosse possível aspirar.
Sob estas dificuldades nosso organismo tende a se aclimatar, e a principal mudança será a alteração da composição sangüínea, que terá um aumento considerável de glóbulos vermelhos, responsáveis pelo transporte do O2 absorvido nos alvéolos pulmonares às células.
Porém esta reação do organismo não é imediata, leva algum tempo. Por isso o processo de aclimatação precisa ser realizado, e de forma lenta e gradual, evitando grandes esforços físicos quando chegamos em altitudes maiores.
É importante ressaltar que, sob este período de aclimatação, outros efeitos poderão ocorrer, na ânsia do organismo tentar se adaptar à dificuldade enfrentada. Um destes efeitos é o inchaço dos vasos sangüíneos, principalmente os localizados na região cerebral. Isso deve-se ao fato de que esta é a região mais sensível à falta do oxigênio, além de ser vital. O corpo, na tentativa de facilitar a troca gasosa, aumenta o 'calibre' dos vasos sangüíneos, o que, em princípio gera uma dor de cabeça constante.
O organismo, que não consegue absorver a quantidade de oxigênio suficiente, aumenta o fluxo do sangue no pulmão, inchando seus alvéolos pulmonares. Ocorre que este abrupto fluxo sangüíneo e inchaço, da mesma forma que facilita a troca gasosa nos alvéolos pulmonares, também facilita a saída da linfa (o fluído menos espesso do sangue), gerando certo acúmulo de fluídos no pulmão, o que por sua vez, faz com que o corpo tenha uma reação afim de expulsar estes fluídos e causa uma tosse seca e constante. O efeito acaba por tornar-se cíclico, pois o organismo aumenta mais ainda o fluxo do sangue nos pulmões, gerando maior inchaço dos alvéolos e vasos sangüíneos, que liberam mais líquidos, que dificultam ainda mais a troca gasosa no pulmão.
A situação, neste caso pode piorar, dando início ao que chamamos de HAPE - ou Edema Pulmonar. Os principais sintomas de HAPE são a falta de ar, tosse seca e intermitente, considerável insônia e posteriormente apresenta escarro avermelhado. Pode ocorrer mudança de cor nas extremidades do corpo, tendendo para o azulado, principalmente na face (lábios), o que indica a pouca oxigenação do sangue. Pode gerar inconsciência e posteriormente a morte.
O mesmo se aplica ao vasos sangüíneos no cérebro, que devido ao inchaço, permitem a passagem de fluídos do sangue, gerando acúmulo na região cerebral, causando mais dor e inchaço. Neste caso, tem-se o princípio de HACE - Edema Cerebral. Os principais sintomas de HACE são, pela ordem, perda do apetite, forte dor de cabeça, vômitos, confusão mental, tontura e perda da coordenação motora, inconsciência, coma e finalmente a morte.
Como vimos, ambos podem levar a morte do alpinista, porém os efeitos do HACE (Edema Cerebral) são mais severos e rápidos, enquanto do HAPE (Edema Pulmonar) são mais fáceis de identificar e menos severos, possuindo cura rápida. Entretanto, em ambos os casos, se o paciente apresentar os sintomas, deve ser imediatamente levado a altitudes menores e tratado.
Dicas importantes:
- Ingerir líquidos em abundância ajuda na aclimatação, se deve beber de 3 a 5 litros de líquido por dia.
- Não se auto medique, não consuma diuréticos ou outros medicamentos sem autorização de um médico.
- Os medicamentos usualmente só escondem os sintomas e quando se detecta o edema é muito tarde. Os medicamentos que usualmente se utilizam em montanha geralmente agravam o panorama geral.
- Se houver qualquer dúvida consulte um médico, ou uma equipe de rescate ou guardaparques da região.